Câncer de colo uterino
É o câncer que se forma no colo do útero. Nessa parte, há células que podem se modificar produzindo um câncer. Em geral, é um câncer de crescimento lento, e pode não ter sintomas
O que é o colo do útero?
O colo é a parte inferior do útero que o
conecta à vagina. O colo produz muco que durante uma relação sexual
ajuda o esperma a mover-se da vagina para o útero. Na menstruação o
sangue flui do útero através do colo até a vagina, de onde sai do corpo.
No período de gravidez o colo fica completamente fechado. Durante o
parto o colo se abre e o bebê passa através dele até a vagina.
O que se sente quando se tem o câncer de colo do útero?
O quadro clínico de pacientes portadoras de
câncer de colo do útero pode variar desde ausência de sintomas (tumor
detectado no exame ginecológico periódico) até quadros de sangramento
vaginal após a relação sexual, sangramento vaginal intermitente (sangra
de vez em quando), secreção vaginal de odor fétido e dor abdominal
associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados
da doença.
Como o médico faz o diagnóstico do câncer de colo do útero?
O diagnóstico é,
predominantemente, clínico. A coleta periódica do exame citopatológico
do colo do útero (também chamado de exame pré-câncer ou Papanicolau)
possibilita o diagnóstico precoce, tanto das formas pré-invasoras (NIC),
como do câncer propriamente dito. No exame ginecológico rotineiro, além
da coleta do citopatológico, é realizado o Teste de Schiller (coloca-se
no colo do útero uma solução iodada) para detectar áreas não coradas,
suspeitas. A colposcopia (exame em que se visualiza o colo do útero com
lente de aumento de 10 vezes ou mais) auxilia na avaliação de lesões
suspeitas ao exame rotineiro, e permite a realização de biópsia dirigida
(coleta de pequena porção de colo do útero), fundamental para o
diagnóstico de câncer.
Nas pacientes com diagnóstico firmado de câncer
de colo do útero, é necessária a realização de exames complementares
que ajudam a avaliar se a doença está restrita ou não ao colo do útero:
cistoscopia, retossigmoidoscopia, urografia excretora e, em alguns
casos, a ecografia transretal.
Os tipos de câncer de colo do útero podem ser:
tipo epidermóide, o mais comum, e também pode ser do tipo
adenocarcinoma, o qual é bem menos freqüente. O primeiro pode ser
diagnosticado na sua forma pré-invasora: NIC (neoplasia intraepitelial
cervical), geralmente assintomático, mas facilmente detectável ao exame
ginecológico periódico.
Como se trata o câncer de colo de útero?
O tratamento das
pacientes portadoras desse câncer baseia-se na cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. O tratamento a ser realizado depende das condições
clínicas da paciente, do tipo de tumor e de sua extensão. Quando o tumor
é inicial, os resultados da cirurgia radical e da radioterapia são
equivalentes.
O tratamento cirúrgico consiste na retirada do
útero, porção superior da vagina e linfonodos pélvicos. Os ovários podem
ser preservados nas pacientes jovens, dependendo do estadiamento do
tumor; quanto mais avançado, mais extensa é a cirurgia.
O tratamento radioterápico pode ser efetuado
como tratamento exclusivo, pode ser feito associado à cirurgia
(precedendo-a),ou quando a cirurgia é contra-indicada.
Detecção precoce para o câncer de colo de útero
Detecção precoce ou
screening para um tipo de câncer é o processo de se procurar um
determinado tipo de câncer na sua fase inicial, antes mesmo que ele
cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de câncer, o médico pode
avaliar qual o grupo de pessoas que corre mais risco de desenvolver um
tipo específico de câncer por causa de sua história familiar, por causa
das doenças que já teve ou por causa dos hábitos que tem, como fumar,
consumir bebidas de álcool ou comer dieta rica em gorduras.
A isso se chama fatores de risco e as pessoas
que têm esses fatores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas,
o médico pode indicar um determinado teste ou exame para detecção
precoce daquele câncer, e dizer com que freqüência esse teste ou exame
deve ser feito. Para a maioria dos cânceres, quanto mais cedo (quanto
mais precoce) se diagnostica o câncer, mais chance essa doença tem de
ser combatida.
Qual é o teste que diagnostica precocemente o câncer de colo do útero?
O exame de Papanicolau ou "preventivo de câncer
de colo do útero" é o teste mais comum e mais aceito para ser utilizado
para detecção precoce do câncer de colo do útero.
O que é Papanicolau?
Papanicolau é um teste que examina as
células coletadas do colo do útero. O objetivo do exame é detectar
células cancerosas ou anormais. O Exame pode também identificar
condições não cancerosas como infecção ou inflamação. O nome do teste
refere-se ao nome do seu criador, o médico greco-americano George
Papanicolaou
.
.
Com que freqüência deve ser feito o Papanicolau?
Toda mulher deve fazer
o exame preventivo de câncer de colo do útero (Papanicolau) a partir da
primeira relação sexual ou após os 18 anos. Este exame deve ser feito
anualmente ou, com menor freqüência, a critério do médico.
Mulheres mais velhas normalmente deixam de
fazer esse exame porque deixam de se consultar, ou mesmo por orientação
do médico. A partir dos 65 anos, as mulheres que tiveram exames normais
nos últimos 10 anos devem conversar com seu médico sobre a possibilidade
de parar de realizar o exame regularmente.
Mulheres que realizaram histerectomia (cirurgia
para retirada do útero) com a retirada do colo além do útero, não
necessitam fazer o exame, a menos que a cirurgia tenha sido feita para o
tratamento de câncer ou de lesão pré-maligna.
Como o médico faz o exame de Papanicolau?
Este teste é feito por um médico ou um
técnico treinado para isso, num consultório ou ambulatório. Durante um
exame vaginal, antes do exame de toque, um aparelho chamado espéculo
vaginal é introduzido na vagina para que o colo do útero seja facilmente
visualizado. Com uma espátula e/ou uma escova especial, o médico coleta
algumas células do colo do útero e da vagina e as coloca numa lâmina de
vidro. Essa lâmina com as células é examinada em um microscópio para
que sejam identificadas anormalidades que sugiram que um câncer possa se
desenvolver (lesões precursoras) ou que já esteja presente.
Infecção pelo Vírus Papiloma Humano (HPV)
O Vírus Papiloma
Humano (HPV) é um vírus extremamente comum, do qual existem mais de 80
sub-tipos. Alguns deles são transmitidos sexualmente (por contato sexual
com parceiro portador desse vírus). Desses, alguns estão associados ao
câncer de colo do útero. Mais freqüentemente, os sub-tipos 16 e 18 estão
associados a esse tipo de tumor.
Não existe tratamento para esse tipo de vírus e
ele desaparece sozinho, sem tratamento, na grande maioria das vezes.
Porém, a maioria dos cânceres de colo do útero têm a presença desse
vírus.
Ou seja, as mulheres portadoras desse vírus
devem fazer exames mais freqüentes com o seu ginecologista ou
profissional de saúde capacitado para detectar alterações sugestivas de
lesões malignas ou pré-malignas tão cedo quanto possível, o que aumenta
muito a chance de se fazer um procedimento que a deixem complemente
curadas.
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