02 julho, 2013

Bolsa Família reduz em 17% a mortalidade infantil, aponta pesquisa...

Estudo realizado na UFBA mostra 'efeitos positivos' do programa social.
Diarreia e desnutrição têm diminuído após acesso à alimentação e à saúde.



Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Saúde Coletiva (ICS), da Universidade Federal da BAHIA (UFBA), mostra que o Bolsa Família reduziu em 17% a mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre os anos de 2004 e 2009, em cidades brasileiras com ampla cobertura do programa de transferência de renda do governo federal.

Foram analisados dados referentes à mortalidade infantil em 2.853 locais, que representam mais de 50% dos municípios do país, que hoje tem 5.565, conforme dados do último Censo do IBGE, de 2010. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Lancet.
Para o estudo, a cobertura do Bolsa Família foi relacionada com os diferentes desfechos utilizando modelos matemáticos que isolassem os efeitos do programa dos efeitos de outras intervenções ou mudanças socioeconômicas. As análises finais foram feitas sobre os municípios com melhor qualidade das informações de mortalidade.
O pesquisador italiano Davide Rasella, autor do estudo, explica que o efeito é positivo porque o programa possibilitou à população mais condições de alimentação, moradia e qualidade de vida, o que ajudou a reduzir doenças relacionadas diretamente com a pobreza, em especial diarreia e desnutrição infantil.
"A transferência de renda, mesmo que em valores pequenos, pode ajudar pessoas em situação de extrema pobreza ou pobreza a melhorar a quantidade e a qualidade da alimentação. As famílias passam a ter também acesso a produtos de limpeza e farmacêuticos", detalha, sobre o estudo, que teve como variável de pesquisa o Programa de Saúde da Família (PSF).
Davide Rasella diz que as condicionantes do próprio programa federal em relação à saúde também contribuem para o impacto positivo na vida dos beneficiários. "Se eles não cumprem o calendário, não recebem dinheiro. A imunização das crianças é um fator importante. O número de mulheres [grávidas] que se apresentava nas consultas sem exame pré-natal era menor nas cidades com cobertura do Bolsa Família. Onde tem Bolsa Família, tem menos mulheres que se apresentam sem pré-natal", aponta.
O biotécnico, mestre em Saúde Comunitária e doutor em Saúde Pública, com tese defendida no mês de março deste ano, aponta que as famílias beneficiárias vivem em condições de "grande" vulnerabilidade social. "A força do estudo é demonstrar que o Bolsa Família ajudou muito, nesse sentido, a grande maioria dos beneficiários, independentemente dos feitos dos casos isolados, que possam utilizar o dinheiro de forma diferente ao esperado", afirma. 


0 comentários:

Postar um comentário

Contato

Fale Conosco

Entre em contato com nossa unidade, fale com nossos profissionais e tire suas dúvidas quanto aos nossos programas

Endereço

Rua Dois de Maio, 220 - Engenho Novo, Rio de Janeiro - RJ

Funcionamento

De Segunda-feira a Sexta-feira das 07h às 20h - Sábado das 08h às 12h

Telefones

(21) 3297-3998

Tecnologia do Blogger.