09 julho, 2013

Mastectomia preventiva: Cirurgia







Cirurgia que retira as glândulas mamárias reduz risco de câncer de mama em até 90%

O que é a mastectomia preventiva?


A mastectomia preventiva mamária é uma cirurgia de prevenção ao câncer de mama. A cirurgia de mastectomia preventiva consiste na retirada da região interna da mama - ou seja, da glândula mamária juntamente com os ductos mamários - que são os locais onde pode acontecer a formação de um tumor. Com a retirada do interior da mama, os riscos de câncer reduzem em até 90%. As chances do câncer ainda existem porque 10% do tecido mamário ainda é preservado para a nutrir a pele, auréola e mamilo. Na cirurgia sempre serão removidas as duas mamas, daí a denominação de dupla mastectomia preventiva. O cancro da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres.

Indicações

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90 anos de idade. No entanto, a mastectomia preventiva é indicada para mulheres que possuem um alto risco para essa doença. Os critérios para identificar o risco em uma mulher são:
    • História familiar forte: dois ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama
    • um parente de primeiro grau e dois ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com a doença
    • dois parentes de primeiro grau com câncer de mama, sendo que um teve a doença antes de 45 anos
    • um parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral
    • um parente de primeiro grau com câncer de mama e um ou mais parentes com câncer de ovário
    • um parente de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e dois ou mais com câncer de ovário
    • três ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama
    • e dois parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e um ou mais com câncer de ovário.

    Pré-requisitos para fazer a cirurgia

    Não há pré-requisitos obrigatórios para a mastectomia preventiva, basta ter alto risco para o câncer de mama. No entanto, os médicos recomendam a mastectomia preventiva apenas para mulheres que já tem prole constituída - ou seja, já teve todos os filhos que gostaria. Isso porque, após a cirurgia a mulher não terá mais condições de amamentar, pois serão removidas as glândulas mamárias. Caso algum parente de primeiro grau tenha sofrido da doença, o ideal é que a mastectomia seja feita antes da paciente atingir a idade em que seu parente teve o câncer de mama. Um exemplo: se a mãe ou irmã da paciente teve um câncer de mama aos 40 anos, o indicado é a paciente fazer uma mastectomia antes de chegar a essa idade, garantindo a prevenção.

    Quem não pode fazer

    Pacientes que têm maior risco de pós-operatório, como fumantes, mulheres com obesidade e dificuldades e comorbidades, como diabetes e hipertensão, tem ressalvas para a realização da mastectomia preventiva, podendo portanto ser contraindicada em alguns casos. Lembrando que só um médico será capaz de fazer essa restrição. 

    Qual médico realiza a cirurgia?

    A cirurgia de mastectomia preventiva é feita por um mastologista. No entanto, é indicada uma equipe multidisciplinar, que inclui cirurgião plástico, para fazer a reconstrução mamária, e um psicólogo para acompanhar todo o processo de retirada das mamas, da consulta médica até a pós-cirurgia, para evitar possíveis sequelas emocionais à paciente.

    Como é realizada a mastectomia preventiva

    Corte é feito na base da mama, por onde é retirada a glândula mamária
    Para fazer a mastectomia, o médico mastologista faz um corte em toda a base da mama, e por meio dessa incisão retira toda a glândula mamária, preservando apenas o músculo peitoral e a pele, juntamente com auréola e mamilos. Caso a mulher opte por fazer uma reconstrução mamária, o cirurgião plástico irá, no mesmo procedimento, fazer o implante de silicone ou colocar bolsas expansoras, preenchidas com soro fisiológico, que apenas preparam as mamas para receber a prótese de silicone 
    em um procedimento futuro. Em casos de mamas muito grandes ou com sobras de pele, é feita uma cirurgia conjunta para a retirada de tecido, a fim de que a prótese de silicone não fique muito grande e o mais natural possível, evitando deformações.
    Para reduzir os riscos de necrose, a paciente pode se submeter a uma autonomização do mamilo, que consiste em fazer uma pequena incisão na parte inferior do mamilo ou em toda a sua borda, parar separá-lo da glândula mamária e estimular a irrigação sanguínea na área.

    Tipos de anestesia

    É ministrada uma anestesia geral, para garantir que a paciente fique desacordada durante toda a cirurgia.

    Tempo do procedimento

    O tempo que durará uma mastectomia preventiva depende do tamanho das mamas, se será feita a reconstrução mamária e do andamento da cirurgia. O médico precisa se assegurar de que as duas mamas ficarão com a mesma aparência, e isso pode demandar mais ou menos tempo, dependendo do caso. Uma mastectomia preventiva pode durar duas horas, como pode levar de seis a oito horas sem complicações - tudo depende das condições da paciente e das variantes citadas.

    Tempo de internação

    A paciente de mastectomia preventiva pode ficar de quatro a sete dias no hospital, conforme a intensidade do procedimento cirúrgico.

    Exames necessários para realizar a cirurgia


     Todos os exames pré-operatórios, incluindo cardiológicos e eletrocardiograma.                      

    Cuidados antes do procedimento

    A paciente precisa fazer um jejum de sete horas obrigatório para realizar a mastectomia preventiva. Isso evita a falta de controle anestésico, que pode causar aspiração e vômitos durante a cirurgia. 

    Possíveis complicações/ riscos

    As complicações que podem ocorrer são inerentes a qualquer procedimento cirúrgico, como infecção, hemorragias, inflamação e rompimento de sutura. Caso ocorra, o tratamento é o mesmo de qualquer outra ferida. A cirurgia pode causar sequelas emocionais por conta do trauma de ter a mama retirada, pois, mesmo com a reconstrução, o sentimento de perda e queda da autoestima deve ser trabalhado. Riscos mais específicos envolvem a necrose da mama e auréola e deformação da prótese de silicone.
    Há também a chance da paciente não ficar contente com o resultado da mastectomia preventiva. Em alguns casos, pode ser que a mama não fique exatamente igual ao que era, com mudanças no tamanho ou formato ? principalmente nos casos em que as mamas eram muito grandes ou flácidas, sendo necessária a cirurgia de redução e retirada da pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de 30% das mulheres que fazem o procedimento não ficam contentes com o resultado no que diz respeito à aparência das mamas.

    Tratamentos pós-cirúrgicos

    A mulher que fez a mastectomia preventiva precisa continuar fazendo exames de tomografia, ultrassonografias e ressonâncias magnéticas juntamente com seu médico, porque ainda há risco de a paciente ter um câncer de mama. As pacientes também devem realizar o autoexame mensalmente, além de fazer o exame de toque com um médico especializado (ginecologistas e mastologistas) anualmente em seus exames ginecológicos de rotina.

    Como é a recuperação do paciente

    O pós-operatório da mastectomia é bem dolorido e incômodo. A limitação de movimentos é grande e depende de repouso para que tudo dê certo. Além disso, há o desconforto nos casos em que as pacientes não ficam felizes com a reconstrução.

    Cuidados após a cirurgia

    Após a mastectomia preventiva, é indicado um período de repouso de sete a quinze dias. As mamas devem ser examinados mensalmente pelo médico, e qualquer alteração na temperatura ou na coloração da pele devem ser comunicados imediatamente. Os curativos da ferida operatória devem ser trocados diariamente e a área higienizada. O uso de anticoncepcionais ou produtos de beleza à base de hormônios só devem ser usados com autorização médica.

    Custo da cirurgia

    Alguns planos de saúde brasileiros cobrem, mediante comprovação do histórico familiar e da probabilidade da presença da mutação. O Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre os custos da mastectomia preventiva.

    Regulamentação

    A mastectomia preventiva é regulamentada e reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

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