02 julho, 2013

Particularidades radiológicas diferenciam pneumonia causada pelo H7N9



Mudanças progressivas e rápidas nos pulmões e tecidos conjuntivos são algumas das particularidades da doença



A pneumonia causada pelo H7N9 é caracterizada por particularidades que a diferenciam de outros tipos de pneumonia, incluindo mudanças progressivas e rápidas nos pulmões e tecidos conjuntivos pulmonares. As descobertas são resultado do primeiro estudo a descrever uma análise radiológica da doença.
Os resultados foram publicados online na revista Radiology
"A gravidade destes resultados está associada com a gravidade do quadro clínico dos pacientes", disse o coautor do estudo Zhiyong Zhang, do Departamento de Radiologia da Shanghai Public Health Clinical Center e Shanghai Medical College da Universidade de Fudan, na China.
A equipe de Zhang avaliou os dados clínicos e arquivos radiológicos de 12 pacientes com gripe originada do vírus influenza A H7N9 admitidos no Shanghai Center Public Health Clinical entre 03 e 20 de abril de 2013. Os 12 pacientes, nove homens e três mulheres, tinham entre 47 a 81 anos.
Nenhum dos pacientes trabalhava com pombos ou viveu em ou perto de uma área infestada pelas aves. Um paciente manteve galinhas em casa, e quatro pacientes tinham ido para vários mercados dos agricultores antes do início dos sintomas. Todos os demais não tinham história clara de exposição a aves. De acordo com os pesquisadores, todos os pacientes apresentaram febre com temperatura de 38ºC para 40º C, tosse, falta de ar, catarro branco e perda de força no início da doença ou após uma semana do aparecimento dos sintomas. Todos os quadros progrediram rapidamente para pneumonia grave e síndrome de angústia respiratória aguda.
Os intervalos entre o início dos sintomas e os exames de imagem iniciais variaram de um a seis dias para radiografias de tórax e dois a nove dias para a tomografia computadorizada (TC). As radiografias de tórax foram realizadas a cada um ou dois dias depois para monitorar a progressão da doença e a resposta ao tratamento. Para avaliar a progressão da doença e possíveis complicações, 10 dos pacientes foram submetidos a acompanhamento por TC de dois a oito dias após o exame inicial.
Os achados de imagem incluíram opacidade em vidro fosco (área nebulosa nos pulmões com a aparência de vidro moído) em todos os 12 pacientes, consolidações (regiões de tecido pulmonar cheias de líquido) em 11 pacientes, broncograma aéreo ( brônquios cheios de ar visíveis por inchaço dos tecidos adjacentes) em 11 pacientes, e espessamento dos septos interlobulares (espessamento do tecido conjuntivo pulmonar) em 11 pacientes. As lesões pulmonares envolveram três ou mais lobos em todos os casos, mas foram detectadas principalmente em lobo inferior direito. Dos10 pacientes acompanhados por TC, três apresentaram melhora no intervalo das lesões e outros sete tiveram agravamento dos casos de lesões.
"A distribuição e muito rápida progressão de consolidações, opacidades em vidro fosco e broncograma aéreo, com as alterações intersticiais, ajuda a diferenciar com clareza a pneumonia causada pelo H7N9 de outras causas de pneumonia", disse Zhang.
Embora estas características de imagem sejam semelhantes às encontrados em outras doenças respiratórias, tais como H1N1, H5N1, e a Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS), há diferenças garantem os cientistas. "Tanto a pneumonia H1N1 e SARS se distribuem mais perifericamente, com mais mudanças nos espaços entre os tecidos e apresentam progressão mais lenta do que a causada pelo H7N9. Em nosso estudo, a parte inferior direita do pulmão foi mais propensa a se envolver, enquanto não há nenhuma predileção lobar em resultados de influenza H5N1."

H7N9

O H7N9 é um subtipo recém-descoberto de vírus da gripe aviária. Os casos de infecção por gripe aviária em humanos normalmente resultam do contato direto ou próximo com aves infectadas, como galinhas, pombos domesticados ou patos, ou com superfícies contaminadas com secreções e excreções de aves infectadas.
O primeiro surto de H7N9 humano foi relatado na China em março de 2013. Esta nova estirpe nos seres humanos tem causado doenças respiratórias graves e rapidamente progressiva. O H7N9 pode causar a síndrome da angústia respiratória aguda, falência de órgãos e morte.

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